domingo, 28 de outubro de 2012

Roda de Leitura Leve-me com você


Imagem extraída do website da editora Octavo


Começamos um novo ciclo de Rodas de Leitura no Espaço Novo Mundo, para os funcionários da Livraria, a respeito da cadeia produtiva do livro. 

A primeira escolha foi Leve-me com você, do autor Paul Desalmand, editora Octavo. O encontro para discussão deste livro foi em 22 de outubro de 2012, uma segunda-feira.

O enredo é um passeio pela França e alguns outros países, e pelos meandros de uma longa existência de um livro anônimo, depois que ele sai da gráfica, passando por várias livrarias, sebos e bibliotecas até seu último proprietário.




Algumas questões levantadas na Roda:

  • Da mesma forma que o livro protagonista propõe ser anônimo (Ele não quis divulgar seu título, seu autor e sua editora), na vida real, tanto em livrarias quanto em bibliotecas, se o usuário ou cliente não souber dizer quem é o autor do livro, qual é o seu título, ou, numa escala menor, qual é a editora, é impossível saber que livro é. Informações do tipo, "a cor da capa é vermelha" ou "se eu enxergar o livro, sei qual é" não facilitam a busca em lugar nenhum. Aproveitei para falar a respeito de ISBN e Sistema Decimal Dewey.
  • Outro comentário foi no sentido de que o livro interessou porque foi um relato do que acontece depois que o livro é vendido, e raramente se pensa nisso, ou seja, na longa vida útil que um livro pode ter.
  • Eu, particularmente, fiquei incomodada com o fato de que uma das proprietárias (aliás, a proprietárias favorita do livro protagonista) não é identificada pelo nome, apenas pelo codinome "Bonitinha". Os demais leitores não se escandalizaram tanto. 
  • Apesar de praticamente todos gostarem do personagem Pierre Landry e de sua livraria Preferences, foi comentado de que ele é uma idealização do profissional livreiro.
  • As referências a autores e obras (principalmente nos diálogos noturnos entre o livro protagonistas e outros livros em livrarias e bibliotecas foram muito apreciadas.
O encontro foi muito bom.
Que venham outros!!

Novos blank books!!




 Este livro em branco tem miolo de papel sulfite reciclado 75g por m2 e papelão Paraná na capa. O pássaro na decoração é resultado de decupagem com guardanapo. Participação especial da coruja Florinda.






Este livro em branco tem uma capa confeccionada em algodão 100% estampado quiltado junto a uma camada de manta acrílica com forro de algodão cru. 

 O papel do miolo é sulfite 75g por m2: usei camadas de reciclado e sulfite colorido.


A costura utilizada é longstitch.

Ipê rosa em frente a Caixa Econômica Federal na Avenida Monteiro Lobato, Cidade Jardim Cumbica











domingo, 21 de outubro de 2012

Bela sibipiruna na Rua Santa Bárbara, em Vila Fátima















Pinheiros e araucárias do Parque J.B. Maciel, em Bom Clima










Novos blank books costurados com capa de tecido


Para fazer estes blank books eu usei uns retalhos de gorgurinho que comprei no ano passado por causa de sua temática pet. Entretanto, para minha decepção, o gorgurinho não adere à cola PVA, de modo que deixei-os de lado. Como neste ano eu vi em alguns blogs de artesanato estrangeiros blank books costurados com capas de tecido quiltado, decidi retomar o gorgurinho e fiz uma experiência com eles. Até que eles ficaram lindinhos, não é?




Esta técnica de costura, eu já a tinha visto em blank books com capas de couro. Fiquei encantada com a possibilidade de usar a técnica da quiltagem (tecido bordado com pluma ou outro tecido como recheio e forro de algodão cru) que emula a textura do couro. Assim, os blocos de papel reciclado são furados e simplesmente costurados junto à capa, formando sua lombada.

 Outra estampa de gorgurinho.


 Costurei um bolso na parte interna da capa.



 Participação da coruja florida. O papel do miolo é reciclado 75 g por m2.


Roda de Leitura Neuromancer




Neuromancer, do escritor norteamericano William Gibson foi o romance distópico escolhido para fechar as Rodas de Leitura no Espaço 308. Ao contrário de A cidade da neblina, é um clássico da década de 80, testado e aprovado pelo tempo.
Questões levantadas:

  • Neuromancer influenciou decisivamente na existência de filmes como a Trilogia Matrix e vários dos participantes comentaram que na leitura do romance, o fato de terem assistido a referida trilogia os ajudou a entendê-lo melhor. 
  • Um comentário relevante é que o autor referiu-se a uma tecnologia que na época não existia - o ciberespaço - de modo que não pôde descrevê-la com detalhes. Outro exemplo clássico na Literatura foi Frankenstein: Mary Shelley descreveu um fenômeno (a revivificação de uma criatura composta de partes de cadáveres) mas não tinha como descrevê-lo, então, apenas citou-o rapidamente e deixou para o cinema e escritores mais recentes a tarefa de imaginá-lo explicá-lo.
  • Os protagonistas, apesar de viver aventuras fantásticas, remetem ao passado e as condições sociais do autor
  • Percebe-se fetiches recorrentes à década de 80: tecnologia, Japão, implantes cibernéticos. Alguns leitores citaram Blade Runner como um filme que compartilha da estética de Neuromancer.
  • Algo que Neuromancer compartilha com Cidade da Neblina que incomodou a blogueira que vos escreve é a necessidade de se retratar as personagens femininas aliadas aos protagonistas como mulheres sensuais. É só assim que as mulheres são apreciadas na cultura popular?